quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


        "- Vá embora! - digo afinal. Arranco do pulso a pulseirinha que ganhei no hipódromo e arremesso contra ele. Quero esquecer aquele dia, Damen, tudo! Já vi e ouvi muito mais do que sou capaz de suportar. - Vá... embora! Nuncva mais quero ver sua cara outra vez!
         - Ever, por favor não diga isso se não for verdade - ele suplica, a voz incerta, emocionada.
      Coloco as mãos na cabeça, cansada demais para chorar, abalada demais para dizer o que quer que seja. Sabendo que ele pode ler minha mente, fecho os olhos e penso:
      Você falou que jamais seria capaz de me machucar, mas olhe só para o que fez? Estragou tudo, arruinou minha vida, e pra quê? Pra que eu ficasse sozinha no mundo? Pra que eu vivesse o restante da eternidade como uma aberração? Eu odeio você, Damen! Eu o odeio, por tudo o que me fez! pela aberração em que me transformou! Eu o odeio por ser tão egoísta! Nunca mais quero botar os olhos em você!
      Mantenho minha cabeça entre as mãos, num balanço para a frente, contra o volante do carro, e para trás, deixo fluírem os pensamentos que me vêm à cabeça.
      Deixe que eu volte a set uma pessoa normal. Eu imploro! Suma de minha vida e me deixe em paz! Porque eu o odeio, eu o odeio, eu o odeio, eu o...
      Quando enfim levanto o rosto, vejo que estou cercada de tulipas. Centenas de milhares delas, todas vermelhas. As pétalas macias e sedosas refletindo o sol da manhã, cobrindo todos os carros à minha volta. Tonta e trôpega, fico em pé e afasto as flores de cima de mim. Nem preciso olhar para saber que quem as enviou não está mais por perto."

Ever & Damen
Para Sempre
Pág: 176

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