quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

        "- Ever... - A voz de Damen invade meus pensamentos e sentidos. - Sinto muito, mas é verdade. No entanto você não precisa ter medo de mim.
      Neste instante, caio de joelhos no chão, o rosto encostado nas pernas, e irrompo numa violenta crise de choro, dessas em que a gente se sacode toda.
         - Você não tinha o direito de fazer isso, de interferir dessa maneira! Agora sou uma aberração, e a culpa é sua! Por sua causa estou presa nesta vida horrível! Por que você não deixou que eu morresse em paz?
         - Não suportaria perder você outra vez - ele diz baixinho, e se ajoelha ao meu lado. - Não desta vez. Não de novo.
      Levanto os olhos para encará-lo. Não faço a menor idéia do que ele quis dizer, mas também não quero saber de explicações. Já ouvi muito mais do que sou capaz de digerir e quero que isto acabe logo. Só quero que ele me deixe em paz.
      Damen balança a cabeça, mortificado com minha agonia.
         - Ever, por favor, não pense que isso...
         - Quer dizer então que... por um motivo qualquer você me trouxe de volta à vida enquanto minha família inteira morria, é isso? - Olho fixamente para ele, e minha tristeza subitamente dá lugar a uma fúria incontrolável. - Por quê? Por que você faria algo assim? Quer dizer, se está dizendo a verdade, se é tão poderoso a ponto de ressuscitar os mortos, por que você não salvou minha família também? Por que só salvou a mim?
      Damen recua com a hostilidade de meu olhar, com as flechas de ódio que lanço na direção dele.
         - Não sou tão poderoso assim - diz. - Além disso, era tarde demais, eles já tinham seguido adiante. Mas você... você hesitou um pouco. Achei que quisesse viver."

Ever & Damen
Para Sempre
Págs:175/ 176

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