sexta-feira, 9 de março de 2012




     "E então por ainda ter alguns minutos para gastar, e porque preciso vê-lo mais uma vez, porque preciso ficar com ele da forma como fazíamos antes, fecho os olhos e materializo Damen.
       Vejo-o como  apareceu para mim pela primeira vez, no estacionamento da escola.Começo por seu cabelo brilhoso e escuro que ondula em volta das maças do rosto e encosta só um pouquinho nos ombros, os olhos amendoados tão profundos, escuros e, mesmo no passado, estranhamente familiares. E aqueles lábios! Aqueles lábios convidativos, de contornos perfeitos, seguido pelo corpo esguio e musculoso que congrega todo o resto. Minha lembrança é tão potente, tão tangível que cada detalhe, cada poro, está presente.
      Quando abro os olhos, ele está fazendo uma reverência diante de mim, estendendo a mão para me tirar para dançar pela última vez. Pego em sua mão enquanto ele envolve minha cintura com o braço, conduzindo-me naquele campo glorioso em uma série de grandes arcos. Nossos corpos balançam, nossos pés flutuam, girando no ritmo de uma melodia ouvida apenas por nós. E cada vez que ele comea a escapar do meu alcance fecho os olhos e meterializo-o novamente, retomando nossos passos sem hesitar. Como o conde Fersen e Maria Antonieta, Albert e Victória, Marco Antonio e Cleopatra, somos todos os grandes amantes do mundo, somos todos os casais que sempre fomos. E enterro meu rosto em seu doce e quente pescoço, relutando em deixar nossa música terminar.
      Mesmo não existindo tempo em Summerland, ele existe no lugar para onde estou indo. Então corro os dedos por seu rosto, memorizando a maciez de sua pele, a curvatura de seu queixo e o volume de seus lábios enquanto os pressiono contra os meus, convencendo-me de que esse é ele... ele de verdade!
      Mesmo depois que ele desvanece e se vai."

Ever Bloom
Lua Azul
Pág: 209/210

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